sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Fantasma de Boné Branco

O que conto abaixo realmente aconteceu, mas deixo claro aqui que eu não acredito que o ocorrido tenha a ver com fantasmas. O título é só pra efeito mesmo.

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Eu estava voltando para casa, pouco depois do meio-dia. Quando estava chegando no meu prédio, já dentro do condomínio, vi sentado em um dos banquinhos da varanda, de costas para mim, um homem de boné branco. As únicas coisas sobre ele que minhas mente registrou foi que usava esse boné branco, comum, que era alto mas não muito, e estava com uma camisa de cor clara também. Eu fui andando em direção ao prédio, e no caminho passei ao lado de uma pilastra grande que tem na entrada da varanda, que tirou minha visão do homem por um segundo. Quando o banco reapareceu no meu campo de visão, olhei por pura curiosidade (mentira, é porque detesto ficar de costas para uma pessoa que eu sei que pode estar me observando sem que eu saiba). E quem estava sentado ali?
Ninguém. O banco estava vazio.
Fiquei tão desnorteada que parei e olhei ao redor. Não vou descrever como era o lugar em que eu estava, mas garanto que era completamente amplo e aberto, não dava para ninguém ter saído dali e sumido de vista em menos de dois segundos. Mas não havia ninguém por perto.
Um pouco intrigada (não muito, confesso), fui abrir a porta de entrada do meu prédio. É uma porta de vidro escuro. Como já disse, era meio-dia, estava muito sol e a luz batia em cheio na porta e na parede. Eu sempre me enrolo para abrir aquela porta, e nos segundos que levei para encaixar a chave, vi pelo reflexo alguém passando atrás de mim, aparentemente um homem de boné, e quando saiu do reflexo eu vi a sombra da pessoa na parede, claramente uma figura um pouco mais alta do que eu, de boné e passando perto de mim. Sorri e pensei "ahá, aí está, o cara existe", e me virei para confirmar a existência. E adivinha quem eu vi?
Ninguém.
Dessa vez eu fiquei confusa pra valer. Não havia ninguém ao redor num raio de muitos metros, e a sombra de alguém bem perto acabara de passar pela parede na minha frente. Eu posso imaginar um vulto (embora não tenha tanta certeza de que ver um homem sentado durante um tempo relativamente prolongado seja um vulto), posso imaginar um reflexo duvidoso em um vidro escuro, mas imaginar uma sombra muito bem definida passando pela parede à centímetros dos meus olhos? Fiquei completamente perdida. entrei no prédio, e enquanto esperava o elevado fiquei olhando para fora, para ver se a pessoa inexistente aparecia de novo. Não apareceu, e eu fui para casa, convencida de que finalmente estou ficando louca.

* * * * *

Só pra constar, eu não fiquei com medo. Era meio-dia, estava claro e o dia estava bonito, eu estava agitada e em um ótimo estado de espírito. Fantasma ou não, se a ideia era me assustar, escolheu o momento errado.

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