segunda-feira, 7 de outubro de 2013

[Resenha #010] O Ladrão de Raios (Percy Jackson e os Olimpianos - Livro 1) - Rick Riordan

Resenha também publicada no Skoob. Você pode ler mais sobre o livro clicando aqui.

UM ÓTIMO HERÓI E UMA HISTÓRIA EMPOLGANTE

Percy Jackson sempre teve problemas que o levaram a ser expulso de todas as escolas por onde passou. Com dislexia e déficit de atenção, e cercado por acontecimentos estranhos, ele nunca imaginou que pudesse ser importante para o futuro da humanidade. Mas está prestes a descobrir que sua vida é muito mais do que parece, que sua família esconde segredos que ele nunca imaginou, e que os personagens da mitologia grega são muito mais do que mitos.
Eu li O Ladrão de Raios em uma velocidade inacreditável: foram quatrocentas páginas em dois dias e meio. Acho que isso é o suficiente para afirmar que gostei do livro. Eu não esperava muita coisa da história, talvez por se tratar de um infanto-juvenil; mas ele superou em muito todas as minhas expectativas.
Não há pausas durante o livro. O ritmo é frenético, talvez pelo próprio personagem ser frenético. É uma aventura atrás da outra, um acontecimento inesperado atrás do outro, e as pausas para respirar, quando existem, são curtas. Em alguns momentos acontecem coisas tão absurdas que são engraçadíssimas, mesmo em momentos de tensão.
Falando em coisas absurdas, o livro praticamente não se preocupa em tornar os acontecimentos críveis, ou dar explicações para "encaixar" os elementos absurdos na nossa realidade. Por exemplo: existem deuses mitológicos vivendo até hoje, e pronto. Não existe nenhuma preocupação com as implicações disso, ou com o "como". É mágica, as coisas são desse jeito, nada é impossível. A forma como as pessoas lidam com o absurdo é também bastante irreal: há uma aceitação imediata de tudo, quase nenhum questionamento. O máximo que há é um "nossa, deuses gregos existem, que estranho", e a vida segue normalmente. Essa é para mim uma das melhores características do livro.
Há alguns problemas, claro, mas nenhum que eu considere grave. Certos elementos que deveriam ser surpresa são muito fáceis de serem adivinhados. Quando é dito que um dos amigos irá se tornar um traidor, ou quando alguns enigmas são apresentados, eu descobri muito rápido quem era ou do que se tratava - e eu não sou muito boa em desvendar enigmas. Isso tira um pouco a graça de algumas cenas que deveriam causar surpresa, mas como eu disse, não é um problema grave e essas cenas conseguiram ser empolgantes mesmo assim.
Uma coisa que gostei muito em O Ladrão de Raios foi o personagem principal. Percy é um garoto muito novo que teve uma vida difícil, e por isso mesmo ele tem uma proatividade que é ausente em muitos outros personagens principais de outras obras (como Harry Potter ou Eragon). Ele toma decisões, arruma confusão por vontade própria, tem vontade de lutar, e se mostra um grande guerreiro. Também não há muita preocupação com o politicamente correto, ou com tornar o herói excessivamente "bonzinho" - Percy não é, de jeito nenhum, o "cara bonzinho", e não pensa duas vezes antes de se livrar do jeito que der de quem lhe incomoda. Por outro lado, ele é dono de uma lealdade incontestável aos amigos. Um herói, sim, mas uma pessoa normal. Mesmo ele não sendo totalmente normal.
Não é preciso dizer que recomendo muito a leitura. O Ladrão de Raios é um livro fácil e rápido de ler, com uma história divertida e empolgante, e onde, apesar do ambiente cheio de absurdos, os personagens tem personalidades muito reais. Quem gosta de livros de fantasia, de histórias com muitas aventuras e quer um livro que vá ler muito rápido, não se arrependerá de ler esse.