sábado, 4 de agosto de 2007

My Life is Music - Parte 1

Até os seis anos, meu conhecimento musical era bastante restrito. Só conhecia músicas infantis - Sandy e Junior, Xuxa, Trem da Alegria - e algumas que meus pais ouviam. Eram dias simplórios, mas felizes. E, então, aconteceu.
Foi em um dia normal. Eu tinha sete anos e estava no corredor de casa, quando alguém ligou o rádio. O som que chegou até mim era algo único, novo, diferente de tudo o que eu já ouvira. Na época eu não sabia, mas o nome da música era Malandragem, e a mulher que a cantava se chamava Cássia Eller. Foi o meu primeiro - e inesquecível - contato com o rock and roll.
Depois disso, fiquei um longo tempo sem ter outro contato imediato com o rock. Mas a música começava a ficar cada vez mais presente na minha vida. Eu ouvia de tudo, mas não me aprofundava em nada. Tudo o que eu queria eram os sons, as vozes, as melodias - fossem elas boas ou não.
Cheguei aos nove anos devorando todo tipo de som que eu ouvia. Música sertaneja, pagode, samba, axé - eu queria tudo. Quanto mais frenético o ritmo, melhor. Eu entrava em êxtase ouvindo o rádio. Músicas infantis também serviam. Tudo servia.
Até que aconteceu novamente. Meu pai comprou um disco de vinil - sim, isso faz tempo - e ali, no meio de milhares de sons estranhos, estava ela, aquela música, aquela voz - La Forza della Vita, cantada por Renato Russo. Meu Deus, que língua era aquela? Era estranha e familiar, e por isso bela. E aquela voz poderosa e suave, aquele som diferente, um estilo que eu não conhecia... Fiquei fascinada, só queria ouvir ela, não encontrava outras parecias, então aquela devia ser a única que existia.

Continua...