quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Aniversário - 6 Anos de Blog

Dia 13 o blog completou incríveis 6 anos! Em homenagem aos meus leitores, e também à minha incrível capacidade de escrever coisas inúteis, fiz aqui uma compilação dos melhores posts de todos os tempos (na minha opinião), em ordem cronológica. Espero que gostem!
Obs: clique sobre os títulos para abrir o post.
  1. Bono Vox: O primeiro post! Era pra ser só um post de teste, mas foi o responsável por trazer vários leitores que se tornarem seguidores fiéis!
  2. Um Pouco Sobre o Amor: Da época em que a maioria dos meus textos eram filosóficos. Um dos preferidos de vários amigos meus.
  3. As Crônicas da Vida: o Balão, a Espuma e o Algodão-Doce: A primeira vez em que um texto gerou comentários como "você tem problema?". Adoro esse texto.
  4. Sob o Céu da Tarde: A primeira vez em que escrevi algo com base em uma única palavra, e sem uma ideia bem definida.
  5. Contos Urbanos: Um dos textos mais lidos daquele ano, e de longe o mais chocante. Eu adoro, mas não acho realmente chocante.
  6. Jesus, Gente: Post histórico! O primeiro a falar sobre religião (embora de uma forma bem suave), o primeiro a ser publicado depois de uma pausa de mais de um ano e, na minha opinião, um dos melhores que já publiquei.
  7. Eurotúnel: O que mais gosto nesse post é que ele me faz rir até hoje. Pode ser por ser muito bem escrito ou pela total imbecilidade da história.
  8. Coisas que Me Distraíam Quando Eu Era Pequena (ou Como as Crianças se Auto-Hipnotizam): A coisa mais engraçada que já escrevi, na minha opinião e na de vários amigos meus.
  9. Sonho: Sonho real que eu tive. Aparece Hitler nele. Sério.
  10. O Ataque do Bebê Faminto: Outro que eu adoro e que fez muito sucesso entre os leitores por ser engraçado.
  11. 06 de Abril: A descrição de um dia épico.
  12. Sexo no Ônibus: Por alguma razão, que eu suspeito fortemente que tenha a ver com o título, este é o post mais lido de todos os tempos!
  13. Aprendendo a Não Crer: Texto onde eu explico as origens do meu ateísmo.
  14. Cobras: As incríveis aventuras de uma adolescente retardada.
  15. Balões, Torres e Estrelas: Mais um post em que conto um sonho muito louco que tive.
  16. Manifesto pela Verdade: Gosto desse post por ter conseguido dizer, de uma forma bem direta e clara, o que acho que realmente é importante na vida.
  17. Confusões Mentais: Post muito bom por conter ótimas frases, e por mostrar o que eu sou quando estou apaixonada. Você não vai querer me ver assim pessoalmente, eu garanto.
  18. Política: Uma pequena revolta sobre a época das eleições.
  19. O Fantasma de Boné Branco: Onde conto sobre a vez em que, nas palavras de uma amiga minha, eu vi a sombra do homem invisível. Apenas mais uma das coisas bizarras que acontecem comigo.
  20. Teorias Dimensionais, Cosmológicas e Temporais: Compilação de pensamentos e teorias muito loucos que eu desenvolvo já há algum tempo.
É isso, espero que tenham gostado, que quem já conhecia tenha relembrado e quem não conhecia alguns tenha gostado dos que eu coloquei aqui.  Obrigada a todos!

domingo, 13 de janeiro de 2013

Uma Questão de Peso

Eu sempre fui magra. Mesmo quando era bebê, era um bebê magro - não magro demais, mas não era aquele bebê rechonchudinho, fofo, que parece uma bolinha. Cresci uma criança magra e continuei sendo magra quando entrei na adolescência. Mas foi por voltar dos treze ou catorze anos que a coisa atingiu proporções, digamos, preocupantes.
Aos doze anos, eu pesava cerca de quarenta e cinco quilos, e media um metro e cinquenta e três, o que é um peso ótimo. Aí um ano se passou, eu fiz treze anos, e ganhei apenas quatro quilos e cresci nada mais nada menos do que dezenove centímetros. Agora, eu tinha um metro e setenta e dois e pesava quarenta e nove quilos.
Para quem não entende muito sobre a relação entre peso e altura, só vou dizer que eu de repente me tornara não só magra: eu me tornara quase esquelética e simplesmente enorme. Era praticamente uma criança, eventualmente ainda brincava no parquinho perto de casa, e era dez centímetros maior do que minha mãe.
E magra, muito magra.
Ah Vitoria, mas adolescência é assim mesmo, todo mundo na adolescência fica com o corpo esquisito de alguma forma, depois passa. Beleza, é verdade, eu não tenho mais quarenta e nove quilos. Tenho cinquenta e três (pesei ontem). Uau, cinquenta e três! Isso é só oito quilos abaixo do meu peso ideal, e dois quilos abaixo do meu peso mínimo! Ah, Vitoria, o que que são dois quilinhos abaixo do peso? Acontece que o peso mínimo é o peso necessário para que a pessoa não seja considerada subnutrida ou anorexa. Ou seja, eu estou dois quilos mais perto da morte do que uma pessoa que tem um peso normal.
Estar abaixo do peso apresenta tantos riscos quanto estar obeso. Para se ter uma ideia, uma pessoa da minha altura que pesasse setenta e seis quilos estaria na mesma "faixa de problemas de peso" que eu. Se você tem sessenta e poucos quilos e se acha gorda, deve estar entendendo o que eu quero dizer.
Passar a vida toda sendo uma pessoa gordinha é ruim, eu sei. E passar a vida toda sendo uma pessoa muito magra, ainda mais quando se tem um porte físico que não combina com isso, é tão ruim quanto. Eu olhava as pessoas mais "fofinhas" com inveja. As meninas da minha idade que precisavam usar sutiã me impressionavam enormemente. E eu nunca entendi como alguém pode reclamar de ter "braço gordo" - ter um braço encorpadinho é infinitamente melhor do que ter um que parece um palito, comprido e fino demais.
No final da adolescência, as coisas pareciam que iam melhorar. Eu estava estudando longe de casa pela primeira vez na vida, e ter essa liberdade me permitia fazer extravagâncias alimentícias. Eu comia dois pacotes de biscoito Passatempo por dia, todos os dias. Comia três bombons Serenata por dia. Almoçava pães de queijo, salgadinhos e sanduíches. E comia todos os tipos de besteiras que alguém conseguir imaginar. Com isso, consegui subir para incríveis cinquenta e sete quilos, o que até hoje permanece um recorde. Pela primeira vez, eu me via com um corpo bonitinho - parecendo bastante com uma garota. Minha semelhança física com um barbante estava desaparecendo!
Mas a alegria não duraria muito. Essa minha dieta, que muitas vezes me deixava sem um almoço de verdade a semana inteira, destruiu de vez meu estômago, que nunca tinha sido realmente bom. No final do ano, alguns meses antes do vestibular, eu peguei uma infecção intestinal que me levou para o hospital e tomou proporções bizarras, além de ter durado um tempo impensável para um problema tão simples. Eu passei um mês doente. Um mês podendo tomar apenas coisas líquidas, e olhe lá.
No final de um mês, eu finalmente me curei, à base de antibióticos e outros remédios bem fortes. Sarei. E perdi oito quilos.
Eu tinha, de novo, quarenta e nove quilos.
Me lembro da cara das pessoas quando pisei de novo na sala de aula, depois de um mês de ausência. Eles fariam a mesma cara se fosse um morto-vivo que estivesse ali. Meus amigos falando "meu deus, o que aconteceu com você?", "o que você tinha?" e, principalmente, "você está MUITO MAGRA!".
Eu estava. De novo.
Isso foi há sete anos. Nunca mais recuperei o peso de antes. Engordei sim, mas o máximo a que já cheguei depois daquilo foi aos cinquenta e cinco - sempre fico entre cinquenta e dois e cinquenta e quatro. Nunca me conformei completamente com isso. Agora, mas uma vez, comecei uma "dieta de engorda", e meu objetivo é chegar aos cinquenta e sete novamente. Não desistirei.

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Apesar de querer chegar ao meu peso ideal, algumas coisas interessantes aconteceram depois que entrei na faculdade. Como aqui só tem adultos (pelo menos em idade), convivo com pessoas que têm não só problemas com o peso, mas problemas causados por isso e que só vão piorar com a idade - barriga demais, celulite, e sei lá mais o que. E ao perceber que eu não tenho nada disso, comecei a ter certo orgulho do meu corpinho, que apesar de abaixo do peso, não é esquelético - não tenho, por exemplo, aquelas pernas finas que algumas meninas têm, que as fazem parecer personagens do filme "A Noiva Cadáver". Eu realmente não tenho certos, digamos, atrativos que um pouquinho mais de gordura proporcionaria; mas também não tenho celulite. Sério. Nem barriga, nenhuma barriga. Minha barriga é reta de uma forma que noventa por cento das minhas amigas não conseguiria mesmo depois de meses de academia intensa.
Desculpem. Não me odeiem por isso.

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Tem um site muito lugal, que calcula o seu IMC e também o seu peso ideal. Clique aqui para acessar. É bom para evitar paranóias com o peso. Já vi muita gente que tem um peso ótimo achar que está gorda.

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Big girl, you are beautiful.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

[Resenha #002] Coisas Frágeis 2 - Neil Gaiman

Resenha originalmente publicada no Skoob. Você pode ver mais informações sobre o livro clicando aqui.

UMA ÓTIMA MISTURA DE TEMAS

Neste livro, Neil Gaiman apresenta a segunda parte de sua compilação de contos e - diferentemente do primeiro livro - poesias. São textos de vários tipos, histórias com temas bastante diversos, e embora alguns talvez não sejam apreciados por todos, possuem algo que prende o leitor.
Comentarei apenas aqueles que mais gostei:

Noivas Proibidas dos Escravos sem Rosto na Casa Secreta da Noite do Temível Desejo - Conto bastante divertido e com uma ideia bem interessante, em que o que é fantasia e o que é realidade está invertido.

O Cascalho da Ladeira da Memória - Embora esse conto não seja excepcional, a história é um pouco perturbadora. O narrador conta seu encontro com um possível fantasma.

Hora de Fechar - História com temática sobrenatural e, para mim, bastante assustadora. A forma como é contada a torna perturbadora. O melhor conto do livro, na minha opinião.

Minha Vida - Não sei dizer se é um conto ou uma poesia. Embora esteja escrito em forma de poema, o li como se fosse um conto. Achei a história bastante divertida e com um ambiente bem diferente dos outros contos.

Quem Alimenta e Quem Come - História bizarra e perturbadora. Adorei a forma como a situação foi apresentada.

O Dia em que os Discos Voadores Chegaram - A melhor poesia do livro. A achei particularmente divertida pelo seu leve tom irônico.

Achei ótima a forma como os temas foram misturados, embora as poesias no geral não tenham me agradado. Como um todo, o primeiro livro é melhor do que o segundo, porém este possui alguns contos que considero obras primas.

domingo, 6 de janeiro de 2013

[Resenha #001] Os Pequenos Homens Livres - Terry Pratchett

Resenha originalmente publicada no Skoob. Você pode ver mais informações sobre o livro clicando aqui.

UMA PEQUENA BRUXA DO GIZ CONTRA O REINO DAS FADAS

"Mas, daquela vez, tinha sido magia. Não deixava de ser magia só porque você descobriu como funcionava".

Nessa bela obra de Pratchett, que se passa no Discworld, somos apresentados a Tiffany Dolorida, uma menina de 9 anos que decide se tornar bruxa. Com a ajuda de outra bruxa, senhorita Perspicácia Carrapato, e dos Nac Mac Feegle, também conhecidos como Pequenos Homens Livres, ela terá que ir até o terrível mundo das Fadas para resgatar seu irmãozinho, sequestrado pela Rainha.
Infantil, mas não ingênuo, esse livro faz uso de um pano de fundo bastante comum para desenvolver uma história encantadora. A delicada e profunda relação entre Tiffany e sua avó, que é mostrada apenas em recordações da menina, proporciona alguns dos momentos mais reflexivos e interessantes. Há também, durante boa parte do livro, a dúvida sobre Vovó Dolorida ter ou não ter sido bruxa - afinal, não deixa de ser magia só porque você descobriu como funcionava...
Fiquei fascinada pelo Giz, a terra onde Tiffany vive. Desde o início, a senhorita Carrapato se mostra intrigada, pois bruxas não poderiam se desenvolver no Giz, terreno mole demais para isso. Conforme a história do Giz vai sendo sutilmente contada, sem revelar seus mistérios, essa terra fascinante vai se mostrando ser, sim, o lugar perfeito para o surgimento de uma grande bruxa.
Todo o ambiente e toda a trama da história são mostrados de forma que fascina e prende o leitor. A luta do pensamento real contra os sonhos, a realidade contra a ilusão, a força que é necessária para se encarar a realidade, a vida e a morte - esses elementos, bastante pesados, são mostrados com a leveza e sutileza necessárias a um livro direcionado a crianças, mas sem jamais desrespeitar a inteligência delas. Com belas frases, muita aventura, e momentos de reflexão filosófica apresentados com sutileza, esse é um livro que vale a pena ser lido por pessoas de qualquer idade.

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Esta é a primeira resenha que escrevo. Durante minha vida toda, sempre tive muita dificuldade de escrever resumos e opiniões sobre qualquer coisa que vejo ou assisto; meu objetivo e auto-desafio, a partir de agora, é escrever resenhas sobre todos os livros que eu vir daqui para frente. Tinha dúvidas se devia publica-la aqui ou no Contos de Vitoria, mas decidi que o outro blog deverá ser só para criações literárias; logo, as resenhas serão publicadas sempre no Skoob, no Facebook e aqui. Espero que tenha ficado razoável.