terça-feira, 30 de julho de 2013

Matar ou Não Matar, Eis a Questão

Quem acompanha este blog (alguém acompanha este blog?) e/ou o meu outro blog já deve ter percebido que eu tenho algumas opiniões favoráveis à certos tipos de violência em alguns contextos. É claro que existem casos e casos, mas geralmente não sinto peninha quando um bandido leva uma bala na cabeça, ou quando vejo uma notícia do tipo "adolescente é morto em baile funk". Mas há algum tempo atrás, conversando com algumas pessoas, me foi colocada a seguinte situação: um ladrão entra na sua casa e ameaça sua família, e você tem uma arma e tem a chance de mata-lo se quiser, o que você faria?
Minha resposta foi imediata: eu o mataria. Não pensei antes de responder, e mesmo pensando, minha resposta não mudaria. Mas para a minha surpresa - porque eu achava que o grupo com quem eu conversava tivesse uma opinião parecida com a minha - as pessoas ficaram bastante perturbadas com o que eu disse - ou talvez com a forma tranquila e sem remorso como eu disse aquilo. Seguiu-se um diálogo mais ou menos assim:
-- Mas se você tivesse condições de impedir ele de te fazer mal só ferindo ele, você ia escolher ferir ou matar?
-- Matar.
-- Mesmo que não fosse necessário?
-- Não. Mas se fosse necessário, eu o mataria mesmo que pudesse existir outra forma de me livrar da situação.
-- Mas será que na hora você teria coragem de verdade?
Mas será que na hora você teria coragem de verdade? Mas como é que eu vou saber? A gente só sabe como vai reagir a uma situação quando passamos por ela. Pode ser que na hora eu entrasse em pânico e não tivesse coragem. Pode ser que, mesmo que matasse o infeliz, ficasse me remoendo de culpa pelo resto da vida. Tudo o que posso dizer é que acho que não me importaria em matar alguém se precisasse, e definitivamente não vejo problema nenhum em tomar medidas extremas para se defender ou defender alguém.
Algumas pessoas me questionam sobre a questão do certo e errado. É certo matar um criminoso? É certo matar uma pessoa que te oferece risco? É certo que exista pena de morte? Eu não sei se é certo, e mesmo que diga minha opinião, de que ela vale? Tudo o que posso dizer é que acho que existem coisas que estão muito além do certo e errado.
Vamos colocar a situação hipotética de que um cara qualquer fizesse alguma coisa muito ruim comigo ou com alguém que eu gostasse (não vou ficar procurando exemplos, usem a imaginação). Vamos supor ainda que de alguma forma esse cara caísse nas minhas mãos e eu tivesse a opção de a) entregar ele pra polícia inteirinho; b) entregar ele pra polícia com alguns pedaços faltando, afinal um braço ou uma perna a menos não é algo tão ruim; ou c) matar ele, com boas chances de não ser presa. Eu posso dizer com absoluta convicção que escolheria a alternativa c. Não é que eu ache "certo" matar por vingança. Não acho. Também não acho que é papel da polícia fazer execuções sumárias, como muitas vezes acontece. Mas eu faria, porque é o que precisaria fazer. É o que precisaria para me sentir bem, para fechar o assunto etc. Não é mais uma questão de moral. Sei que existem pessoas que abraçam o assassino da filha e dizem "eu te perdoo", e acho que essa pessoa está em um grau de evolução muito superior, mas eu não consigo fazer isso.
Porque algumas coisas vão muito além de certo e errado. Algumas coisas são pura questão de justiça. Do que você sente que precisa ser feito.

* * * * *

Mas tem uma coisa que eu não faria: mandar matar alguém. Se for me sujar, então que suje apenas as minhas mãos. Se não tiver como fazer, ou se tiver medo de fazer, ou simplesmente não for capaz, então não vou envolver terceiros.
Por isso que não sou a favor da pena de morte. Assassinato é uma questão pessoal demais, entre quem mata e quem morre. Matar oficialmente é tirar o direito à vítima de ver o rosto de seu assassino.

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