quinta-feira, 27 de agosto de 2009

A Incrível Simpatia das Caixas de Supermercados

Acabo de chegar de uma viagem ao supermercado mais próximo, e fiquei o caminho todo pensando uma coisa: por que todas as atendentes de caixas de supermercado são tão antipáticas? Até hoje só encontrei uma que sorria e dizia "bom dia", e ela saiu do supermercado há muito tempo.
Será que elas ganham a mais por cada cliente que tratam mal? Ou será que acham que deviam ganhar mais para serem simpáticas? Antes eu achava que elas só eram assim aqui nesse mundo maravilhoso em que eu moro, mas descobri que na "cidade grande" também é assim. Será que são só nos supermercados do Espírito Santo, ou nos outros Estados também acontece a mesma coisa? Se todas as pessoas do Brasil fossem colocando uma pedra em uma pilha a cada vez que encontrasse uma caixa de supermercado simpática, será que essa pilha teria mais de, digamos, trinta centímetros de altura?
E aí está outro grande mistério: por que todos os atendentes de caixa de supermercado são mulheres?
Eu defendo uma super reforma nos supermercados. Tirem todas as mulheres e coloquem homens nos caixas. No geral, homens são mais simpáticos (há exceções). Eles têm mais bom humor e respondem quando você diz "oi". Na feira (onde também estive ainda há pouco) a pessoa que fica no caixa é um homem. Lindo, por sinal. E muito simpático, brinca com os clientes, diz um "bom dia" com sinceridade, e até os clientes antipáticos gostam dele. Porque, claro, também há os clientes antipáticos. Mas o bom atendente mantém um sorriso até nesses momentos.
Fugindo um pouco do tema "caixas de supermercado". Eu não consigo entender a antipatia. Claro, não é sempre que você está com o melhor dos humores. Mas uma coisa é você estar de mau-humor, outra é você parar alguém na rua pra perguntar as horas e a pessoa virar a cara e ir embora mesmo tendo te ouvido. Vai machucar tanto assim dizer as horas? Ou está achando que aquilo é uma tentativa de assalto? Não tem explicação.
Talvez isso só aconteça aqui no meu Estado. O Espírito Santo pode ser lindo, mas o povo daqui é difícil, pra usar um termo gentil. Já morei em Minas, e os mineiros são fantásticos. Mas os capixabas são terríveis. A grande maioria é grossa, ignorante, estúpida, antipática, fechada e parece estar sempre de mau-humor. Você nunca sabe quando um capixaba vai te responder com extrema grosseria, aparentemente sem motivo nenhum. Claro que há exceções, mas são poucas (felizmente, noventa por cento dos meus amigos capixabas se enquadram nas exceções), e quando o capixaba não é desse jeito, é porque tem genes de outros Estados misturados. Agora, se é capixaba de raiz, se nasceu aqui e se até o décimo antepassado era daqui, então não tem escapatória. Vai ser do pior tipo possível.
(Estou pressentindo críticas ferozes ao parágrafo acima)
Só um detalhe: eu sou capixaba. Mas com genes de todos os outros Estados. Minha mãe se criou em Minas e meu pai é carioca. Tenho muito pouco de capixaba. Mesmo assim, devido à convivência, tenho meus momentos de mau-humor, mas eles são raros. De grosseria, então, ainda mais com estranhos, acho que nunca tive. Antipatia, não que eu perceba e nunca reclamaram disso comigo. Sou até meio boba, vivo rindo. Mas eu sou uma exceção. Conheço outras exceções maravilhosas. Mas vamos voltar às caixas de supermercados.
Para finalizar, uma historinha:
CENA: eu, passando em um caixa. Uma mulher gorda e negra atendendo (nada contra os gordos, muito menos contra os negros). Valor da compra: cinco e setenta. Dinheiro no meu bolso: cinco e sessenta trocado, ou uma nota de cinquenta. O seguinte diálogo se segue:
EU: você não faz por cinco e sessenta? Porque eu tenho...
ATENDENTE (sem olhar para mim): não minha filha, é cinco e setenta.
EU (sem graça): tá. (pego a nota de cinquenta e dou para ela)
ATENDENTE: ô minha filha, você não tem trocado não?
EU (perdendo a paciência porque ela me chamou de "minha filha" duas vezes): tenho cinco e sessenta trocado, se você quiser...
ATENDENTE: olha, se eu deixar você ficar devendo dez centavos eu sei que você não vai voltar pra pagar, e eu vou ter que tirar do meu bolso.
EU (passando do ponto do tolerável): então pega essa nota de cinquenta e me dá logo a droga do troco.
ATENDENTE: espera um pouquinho que agora eu to sem troco. Maria! (gritando para a caixa do lado) Troca cinquenta pra mim?
MARIA: tenho não!
ATENDENTE: espera aí que eu vou chamar o Fábio. Fábio! Faaaaaaaaabio!
EU (olhando o relógio): olha, eu to com um pouquinho de pressa, se...
ATENDENTE: problema seu, minha filha, não posso fazer nada. Faaaabio!!!
EU (explodindo, pegando a nota de cinquenta de volta e jogando um e sessenta em cima do balcão): toma um e sessenta e cala a boca.
Pego minhas compras, vou saindo. Um homem se materializa ali e pergunta qual é o problema.
ATENDENTE: essa menina não quer pagar a...
EU (gritando): cala essa boca! Cala essa boca senão eu te meto a mão! (me virando para o homem) Essa criatura ridícula me tratou com grosseria, não tem troco pra uma nota de cinquenta, e quando eu ofereço dinheiro trocado ela não aceita porque falta dez centavos! Dez centavos! E ainda me chama de minha filha!
HOMEM: calma, vamos resolver isso. Ô Marinalva, pode deixar passar, por causa de dez centavos...
ATENDENTE: se você tá dizendo.
EU: ela devia me pedir desculpas por ter me tratado desse jeito! Aliás, ela devia ser demitida! Como um supermercado contrata alguém tão grossa e antipática e ignorante? Vocês não dão nenhum treinamento pros seus funcionários? Isso é um absurdo!
HOMEM: calma, não é tanto...
EU: ah, não é tanto? Não é tanto? Pois saiba meu pai é gerente do Procon de Aracruz e eu vou fazer uma reclamação formal contra vocês, e eu quero ver o que vai acontecer quando os fiscais que ele mandar pra cá virem o estado disso aqui!
HOMEM: calma, que é isso... Ela pede desculpas, nós vamos tomar providências, isso nunca mais vai acontecer. Aliás, como compensação pelo incômodo, você vai levar três vale-compras no valor de dez reais cada um.
EU (aceitando os vale-compras, claro): ok, mas é bom que dêem um jeito nisso, porque se na próxima vez que eu estiver aqui eu for mal atendida, essa história vai sair até na Tribuna.
Saio do supermercado, com vontade de bater em alguém, e feliz por ter ganho o vale compras.

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Ah, meu pai não é nem nunca foi nada em Procon de lugar nenhum.

2 comentários:

sindicato da notícia disse...

Já abordei isso há tempo no meu blog e estou contigo. Mas existe um segredo, que nem sempre dá certo. Chamo-as de meu amor, ainda que vulgarize a expressão. Torço para o dia que a gente encontre um frentista que não queira te empurrar óleo desnecessário, um guardador de automóvel que não tente lhe intimidar, um menor de rua que não lhe faça qualquer pedido com voz fraca, fala fina e usando tio ou tia de interjeição e uma caixa de mercado que seja simpática e não fique brava quando você recusa-se a ensacar alguma compra.

Unknown disse...

cinthia,

eh verdade essa estória (do supermercado)? mesmo?! (com gritos daquele jeito?)

não acha q exagerou?

marcelo tpc
&
brenno