terça-feira, 20 de abril de 2010

Alcool Não-Inflamável

-- Rafael, lá em casa tem um alcool que não pega fogo!
-- Como assim?
Eu tinha que contar isso pra alguém. Foi a coisa mais estranha que já aconteceu comigo. Tá, talvez não tenha sido, mas foi interessante, e quando acontece alguma coisa interessante eu tenho que falar pra todo mundo. Eu gosto de falar. Gosto muito.
Mas antes de falar do alcool, vou contar as origens de tudo. Tudo começou há muitos e muitos anos, quando um mercador daqui do Espirito Santo viajou para a Europa, e de lá trouxe uma certa quantidade de caramujos comestíveis. Sua intenção era criá-los e vendê-los para restaurantes de luxo. Mas depois ele descobriu que havia sido enganado, e que os caramujos não só não eram comestíveis, como eram extremamente venenosos. Com raiva, ele jogou os pobres bichinhos fora, em algum buraco ou no meio do mato. Só que eles não morreram, e se reproduziram descontroladamente até tomarem toda a região e virarem uma praga.
E é por isso que, décadas depois, Vitoria e família estão no quintal, catando caramujos e os jogando em um buraco, para depois pôr fogo. Eles devem ser pegos com luvas, porque são venenosos e se você for contaminado, adeus. E eles devem ser queimados, porque só assim o parasita interno deles morre e não contamina o chão nem outros caramujos. Ou algo parecido.
O que importa é que íamos queimá-los. Mas para queimar uma quantidade dessas precisamos de alcool, e não tínhamos mais. Então lá vou eu no supermercado, e volto com uma garrafa novinha de alcool.
Nós encharcamos os bichinhos de alcool. Mamãe jogou o fósforo aceso e... Nada. Jogamos outro. Nada. Os fósforos apagavam antes de queimar. Ué, será que o palito está ruim? O vento podia estar apagando a chama, também. Então eu tive a idéia: Vamos molhar um pedaço de papel com alcool, esperar ele queimar um pouco, e colocar o papel juntos dos bichos. Ótima idéia. Pegamos um papel, molhamos a ponta no alcool, e colocamos fogo.
Ou melhor, tentamos. Porque uma pontinha de fogo surgiu onde o palito encostou, mas logo se apagou. Ué. Será que o fogo está muito claro e não dá pra ver? Bem, argumentei, só se o papel for a prova de fogo, porque ele definitivamente não está queimando. Então, fiz uma experiência: coloquei fogo na parte do papel que não tinha alcool. E essa parte queimou. Queimou até chegar na parte com alcool, e aí o fogo apagou.
Ficamos olhando para o papel e para o alcool, intrigados. Como assim? Um alcool que não pega fogo? Aliás, um alcool que apaga o fogo? O que era isso? Peguei a embalagem e fui ler o rótulo. Alcool não apropriado para a queima. O que? Mas em outra parte dizia que era inflamável. Ele é inflamável, mas não pega fogo. O que está acontecendo?
Depois fiz outras experiências com o alcool. Coloquei uma quantidade num pires e joguei um fósforo. Nada. Ele não pega fogo. Nunca. Só não joguei um fósforo dentro da garrafa porque meus instintos de sobrevivência não permitiram, mas tenho a certeza de que não ia acontecer nada. Se alguém mais aqui conhece um alcool que não queima, favor se comunicar comigo para trocarmos experiências.

4 comentários:

Unknown disse...

Esse Rafael sou eu? me lembro dessa história ehehe

Vitoria Esewer disse...

Nossa não acredito q vc apareceu por aki!!! rsrsrs

eh vc mesmo, eu antes tava na duvida se tinha contado isso pra vc ou pro brenno, mas tinha quase certeza q era vc então coloquei seu nome
=)

Anônimo disse...

e ai cara eu também fui tentar por fogo com um álcool com essência de eucalipto e nada

Anônimo disse...

ja aconteceu comigo tbm